Larks’ Tongues in Aspic (King Crimson)

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Conflito, contraste, força, misticismo, virtuosismo…tudo jogando a favor da música do King Crimson. Fripp chamou a formação anterior de datada, remodelou tudo, modernizou e colocou o rei escarlate novamente nos trilhos, seguindo uma linha ainda mais progressiva. É o melhor disco da banda? Se você ouvir direto vai dizer que é, pois o magnetismo dessa obra é algo indescritível. Começa e termina com a ousada faixa título, uma suíte com a guitarra fuzz de Fripp, o doce violino de Cross, a selvageria percussiva de Muir, os andamentos sagrados de Bruford e a pegada vigorosa de Wetton.

Na época do vinil, alguns fãs diziam que se você tocasse a faixa numa rotação mais rápida (45 rpm) o resultado final ficaria muito mais “musical”. Balela, a faixa nasceu perfeita. “Book Of Saturday” mostra como a aquisição de Wetton fez bem para o grupo – uma das melhores atuações de sua longa carreira.

Ouvir “Exiles” novamente me dá a coragem suficiente de afirmar que essa é a composição mais estranhamente bela e sublime que eu tomei conhecimento até agora. “Easy Money” pode ser chamada de um hit do grupo, apesar de seu peso e de suas complicações métricas, que se estendem à próxima faixa, “The Talking Drum”, um espetáculo de efeitos e sonoridades graves.

Prestando atenção na dinâmica disciplinada de Fripp e sua turma, Larks é um verdadeiro tônico revigorante para os ouvidos…

Texto de Bento Araújo
Matéria originalmente publicada na revista poeira Zine número 12.
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