Abaixo alguns extras da seção Perguntas & Respostas da edição #31 da poeira Zine.
Essas questôes de alguns leitores acabaram ficando de fora simplesmente por questões de espaço…
Sérgio, o que você achou do caminho que o Terço tomou quando Vinicius Cantuária entrou na banda, e essa passou a ser menos progressiva e mais regional em termos de musicalidade?
-pergunta enviada por Ericson Francisco Marques de Brito-
Sergio Hinds – Ericson, o Vinícius Cantuária foi da primeira formação do Terço, ele não entrou, ele saiu e foi tocar bateria na banda que acompanhava o Caetano Veloso e depois se lançou em carreira solo. Hoje mora em N.Y. No início do Terço em que o Vinícios fazia parte, nos dedicávamos mais ao trabalho vocal e a MPB e participávamos de muitos festivais de música.
Sergio, quando se fala do Terço, os discos que quase todo mundo adota como referência são o Criaturas da Noite e o Casa Encantada. Por que quase ninguém cita o álbum seguinte, Mudança de Tempo, que é tão bom quanto aqueles dois? Eu, particularmente, gosto mais dele do que do Casa…
– Pergunta enviada por Claudio Foá (São Paulo/SP)-
SH – Claudio, o Mudança de Tempo foi também um pouco de mudança de estilo, em grande parte por causa da saida do Flávio Venturini. Os fãs consideram como a formação clássica da banda a dos dois discos anteriores ao Mudança de Tempo apesar de ser um bom trabalho.
Tenho curiosidade de saber se a Gibson EDS-1275, a guitarra de dois braços, por acaso, foi adquirida do então famoso Morris Albert. Por sinal, no show do Casa Encantada essa guitarra causou bastante furor no então Teatro Leopoldina, aqui em Porto Alegre…
-pergunta enviada por Sérgio dos Santos Nogueira (Porto Alegre/RS)-
SH – Sérgio, essa guitarra era uma cópia feita pela Giannini, nosso patrocinador na época, a original que eu tinha só tinha um braço.
Oi Sérgio, por quais bandas do rock progressivo inglês você foi diretamente influenciado?
-pergunta enviada por Rodrigo Lee (Poços de Caldas/MG)-
SH – Rodrigo, minha influência sempre foi muito complexa e ouço de tudo um pouco. Mas sem me preocupar com a origem das bandas diria que gosto de Pink Floyd, Genesis e Jethro Tull.
Sérgio, é possível a volta da banda com os integrantes da primeira formação (Amiden, Hinds e Cantuária) tocando clássicos do primeiro álbum? O primeiro álbum da banda mudou minha vida, a maneira de eu ouvir o rock nacional. Seria maravilhoso se canções como “Longe Sem Direção”, “Imagem” e “Yes I Do” fossem executadas ao vivo hoje em dia…
-pergunta enviada por Luciano Manoel-
SH – Luciano, obrigado pelos elogios, mas diria que seria quase impossível essa união novamente, pois estamos trabalhando direto com a formação Eu, Flávio Venturini, Sérgio Magrão e Sérgio Melo.
Assisti a vários concertos do Terço nos anos 70 com a formação Hinds/Magrão/Venturini/Moreno e mais recentemente assisti ao retorno dessa formação com o Melo na bateria e nunca entendi por que vocês nunca tocavam músicas como “Deus” e “Amanhecer Total”, do álbum de 1973, apesar de tocarem coisas mais antigas como “Tributo ao Sorriso”. Afinal esse álbum é considerado “maldito” ou tem outro motivo para vocês não tocarem essas músicas?
-pergunta enviada por José do Carmo Lopes (Campinas/SP)-
SH – José, acho bacana você gostar dessas músicas, nós também, mas na hora de montar o repertório temos que escolher e a escolha além de ser democrática, também fica limitada ao tamanho do show, para não ficar muito longo e cansativo. Qualquer dia, quem sabe, tocaremos essas músicas.
Nos anos 70, por que o Terço resolveu encerrar as suas atividades?
-pergunta enviada por Márcio Abbes (Rio de Janeiro/RJ)-
SH – Marcio, estavávamos cansados das tournês e cada um tinha novos projetos.
Existe filmagem de algum show dos anos 70, como por exemplo no Teatro Bandeirantes? Se afirmativo, isso pode ser editado em DVD?
-pergunta enviada por Roberto Pinoti Munhais-
SH – Roberto, não existem filmagens que tenhamos conhecimento da época.
Sei que no Brasil muitos filmes nacionais tem trilha sonoras maravilhosas como os filmes As Amorosas (1967), Guru das Sete Cidades (1973) e vários outros. Porém, muitas dessas trilhas não existem em vinil. Adorei a trilha sonora de Alelúia Gretchen (1976), principalmente, a abertura com a versão progressiva de “A cavalgada das Valquírias” do compositor alemão erudito, Richard Wagner. Vocês que fizeram todas as músicas e arranjos? Foi essa mais uma trilha sonora que não saiu em vinil no Brasil?
-pergunta enviada por José Natal (Belo Horizonte/MG)-
SH – José, nós fizemos toda trilha sonora e não saiu em vinil.
Em 1989 eu estive em um grande show que você fez com a banda Pirâmide, abrindo o show do glorioso Uriah Heep no extinto Olímpia, em SP. Qual a sensação de ter feito um grande concerto ao lado de um dos dinossauros do rock?
-pergunta enviada por Marcelo-
SH – Foi a banda que eu mais curti abrir o show Marcelo! Eles nos ofereceram os amps e ficaram assistindo todo nosso show no canto do palco aplaudindo a cada música. Ao contrário de outras bandas que abrimos que ficavam tentando boicotar nosso show e competindo todo o tempo.
Vocês eram praticamente os galãs do rock brasileiro dos anos 70, ostentando um visual marcante. As garotas da época comentavam muito sobre você, o Magrão e o Flavinho… Vocês eram mesmo muito assediados pelas fãs? Rolou alguma cantada engraçada, ou envolvendo alguma garota famosa da época?
-pergunta enviada por Claudia Franco (Belo Horizonte/MG)-
SH – Claudia, obrigado pelos elogios, mas as pessoas tendem a super valorizar os artistas. Somos pessoas normais que voltam sua sensibilidade para a música. Qualquer banda de garotinhos como éramos na época são assediados pelas fãs e ficamos com muitas, é claro. Quanto a situações engraçadas existem várias inclusive uma em Porto Alegre que fomos praticamente currados por algumas meninas assim que saímos do palco. Outra em que quase fui preso por um pai raivoso. As famosas que rolaram eram modelos que eram conhecidas só no meio da moda.
A entrevista completa, como várias outras perguntas ao Sergio Hinds você confere na edição impressa da pZ #31. Veja mais detalhes sobre essa edição AQUI